Sob protestos, fundo para previdência passa no
Rio
Com
pressa de organizar o orçamento da Prefeitura do Rio para cumprir suas
promessas olímpicas, principalmente depois de receber um empréstimo de R$ 2
bilhões do Banco Mundial (Bird), o prefeito Eduardo Paes (PMDB) pôs pressão na
Câmara dos Vereadores e aprovou ontem, em primeira e segunda discussão num
único dia, o projeto de lei que promete capitalizar o fundo de previdência do
funcionalismo público e evitar que a prefeitura tenha que dispender dinheiro
extra para pagar aposentados.
O
projeto 1005/2011 chegou à Câmara em 1º de agosto e, 43 dias depois, já estava
em votação, depois de tramitar em regime de urgência. A pressa foi tanta que
até os próprios servidores, que podem ser beneficiados, se assustaram e
encheram as galerias da casa. Foram tantos que o presidente, vereador Jorge
Felippe (PMDB), chamou a Polícia Militar e mandou trancar as portas.
Os
vereadores de oposição já davam, desde cedo, a derrota como certa. "Isto
não tem jeito, quando eles querem bagunçam o regimento e aprovam tudo",
afirma a vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB). "Não nos foi apresentado o
tamanho do rombo. Pedimos uma avaliação do Tribunal de Contas que duraria dois
meses, nem este prazo respeitaram", diz o vereador Paulo Pinheiro (PPS).
O
governo também levou para o plenário Ariane Di Iorio, a presidente do
Previ-Rio, autarquia que administra o fundo, procuradores e técnicos do
município. Durante o debate, parlamentares da base conversavam e tiravam
dúvidas sobre o projeto.
Ex-procuradora
do município, a vereadora Sônia Rabello (PV) diz que o projeto tem
ilegalidades, entre elas o repasse de bens que são do Previ-Rio e que já foram
utilizados como pagamentos de dívidas da prefeitura com os servidores.
Até
2001, a previdência do funcionalismo era paga pelo Tesouro municipal. Naquele
ano, o então prefeito Cesar Maia, com base na regulamentação do sistema
previdenciário complementar para os servidores públicos, criou o Funprevi. O
fundo passaria a pagar os servidores que se aposentassem a partir daquele ano e
seria capitalizado por duas contribuições: a patronal de 22% e a dos
funcionários de 11%.
O
problema começou quando, dois anos depois, o próprio Cesar Maia resolveu
incluir no fundo todos os aposentados a partir de 1998, por decreto. Segundo o
líder do governo na Câmara, Adilson Pires (PT), além disso, o então prefeito
também deixou de pagar contribuição de 22% por um ano e meio. Cesar Maia diz
que as afirmações são mentirosas e que no primeiro ano o fundo tinha em caixa
R$ 1 bilhão e, em 2008, R$ 2 bilhões.
"O
projeto quita todas as dívidas do município, como se tivesse pago com seu
próprio dinheiro", reclama a vereadora Sonia Rabello (PV). Mas Sônia
explica que a capitalização se dá com repasses de terrenos do Previ-Rio para a
Funprevi, repasses dos royalties a partir de 2015 (ano em que Paes não estará
mais na prefeitura, mesmo que reeleito), além de não corrigir o erro de 2012.
A
prefeitura alega que fará, durante 35 anos, repasse de cerca de R$ 900 milhões
anuais. "Este dinheiro já vem hoje e é usado para cobrir o rombo. Eles
tiram do Fundeb. Não haverá repasse novo", afirma Andrea Vieira. O projeto
prevê que a prefeitura se necessário lance mão da verba para educação e saúde,
para pagar os aposentados do setor.
Fonte: jornal Valor Econômico
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ResponderExcluirPARABÉNS AOS SERVIDORES QUE MESMO INTIMIDADOS PELA PM E PELO BATALHÃO DE CHOQUE COM SEUS FUZIS E CASSETETES, MOSTRARAM A CARA PARA BATER E FORAM "BRIGAR PELOS SEUS DIREITOS E O FUTURO DE SUAS FAMÍLIAS". INFELIZMENTE NÃO FOI O SUFICIENTE, AÍ ESTÁ O RESULTADO DA INERCIA DE ALGUNS COLEGAS, MAS A NOSSA RESPOSTA SERÁ DADA ANO QUE VEM, AS ELEIÇÕES SE APROXIMAM, E VAMOS LEMBRAR ISSO AOS VEREADORES Q TENTAREM SE REELEGER. ABRAÇOS
ResponderExcluirGostaria de deixar registrado, que mais uma vez, vimos a covardia feita ao servidor público.
ResponderExcluirA terceirização está aí, em todos os locais.
Isso mostra a incapacidade dessa gestão. Será que é medo?
Para que existem profissionais no ramo que não deveriam deixar o buraco do PREVIRIO crescer?
Indignação Total!
Ass: Andreia